segunda-feira, 7 de setembro de 2009

CANTINHO LITERÁRIO

EDITORIAL CENTENÁRIO

Afogados da Ingazeira, bela cidade localizada nas entranhas do interior pernambucano. Cidade hospitaleira, repleta de beleza e cheia de vida. Povo centenário, completado no último dia 01 de julho. Festas, badalações e comemorações que ultrapassaram qualquer limite da compreensão dos cidadãos afogadenses. Reconheço que foi uma festa merecida, afinal não se completa cem anos todos os dias. Já dizia o profeta: “Bem Aventurados os que crêem naquilo que não se ver.” “Eita frase porreta”. Mas, cabe a cada um de nós suprir as necessidades da sociedade com a nossa contribuição. Seja então um guerreiro da paz, dos bons costumes e do respeito pela livre escolha de opção, seja religiosa, partidária e/ou sexual, como cita um “grande provérbio popular”: cada um é cada um.

Bem, nem tudo é motivo de festa por causa do centenário afogadense, aliás, não houve festejos para todas as alas, posso até citar alguns exemplos:

1 Agricultura (homem do campo esquecido) será que a zona rural também não merecia uma queima de fogos centenária?

2 Os literatos e amantes da poesia foram lembrados? Há inúmeros estilos de poetas, me refiro aos poetas literários, pois os poetas repentistas, alguns deles ainda gozaram de um pouco do brilho da luz centenária.

3 Será que não era o momento de mudar as poesias ou acrescentar outras no muro da Praça de Alimentação? Pois a maioria das poesias que lá estão, são de poetas que não têm vínculo com a bela Afogados da Ingazeira. Sem levar em conta que se não houver restauração as palavras sumirão na sujeira produzida pelo tempo.

4 Não priorizaram o trabalho coletivo, já que os discursos proferidos se retratam tanto em organização, então porque não envolveram a Instituição Literária existente na cidade?

OBS.: São perguntas levadas pelo vento e respondam quem souber e/ou tiver coragem de divulgar como eu o raciocínio lógico que conduz o verbo na estrada do conhecimento.

Caro leitor, talvez você esteja se perguntando por que estou criticando a festa centenária de Afogados da Ingazeira. Calma não é esta a minha intenção, parabenizo todos que direta ou indiretamente se envolveram e contribuíram para a realização das comemorações pelos cem anos de emancipação da nossa querida cidade. Parabéns Afogados da Ingazeira. Mas também não posso esquecer e esconder as misérias aqui existentes, pare, pense e veja se não tenho razão: você já notou que temos dezenas de crianças nas ruas depois das dez horas da noite, pedindo esmolas e dormindo nas calçadas? Já verificou que os lixos em algumas ruas se acumulam? Constatou que inúmeras ruas não têm saneamento adequado? Comprovou que a ponte que liga o centro ao Bairro São Francisco não tem espaço para o pedestre e que estão construindo muros de casas grudadas na varanda da referida ponte? Ainda existem outros problemas estruturais de responsabilidade do Governo Municipal, como: Curral do gado decente e organizado, políticas públicas para a zona rural, nepotismo escancarado na administração?... Cansei de levantar problemas que cuja solução não tem data, então mudarei de assunto: Que bom seria se a Secretaria Municipal de Educação em parceria com a Academia Afogadense de Letras AAL (estamos abertos a esta parceria) realizasse nas escolas debates e rodas de leitura sobre o centenário de morte do escritor Euclides da Cunha, um entre os maiores expoentes da nossa literatura, cuja morte completou 100(cem) anos no dia 15 de agosto de 2009.

Agora estou retornando ao assunto do início para informar que no centenário de Afogados da Ingazeira também temos espaço, voz e vez para a Literatura. No dia 29 de agosto de 2009 (último sábado) estará acontecendo o 1º Encontro de Literatura do Pajeú, às 19h , no auditório da Ceralpa, rua 15 de novembro nº 36, 1º andar Centro de Afogados da Ingazeira PE. Além dos membros da AAL e poetas/escitores afogadenses, estaremos recebendo os escritores e poetas das seguintes cidades: Serra Talhada (Academia Serra-talhadense de Letras), Triunfo (Grupo Literário), Carnaiba, Tabira (Apta), São José do Egito e Recife (União Brasileira de Escritores UBE-PE). Participe deste momento histórico da literatura afogadense. E para o amigo leitor poder comprovar que não estou chateado com a festa centenária deixo abaixo dois poemas enaltecendo nossa bela cidade.

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