quinta-feira, 5 de março de 2009

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NA SOCIEDADE

CANTINHO LITERÁRIO
Por: Antonio dos AnjosPresidente da Academia Afogadense de Letras AALE-mail: violasony@ig.com.br
Blog da AAL: WWW.aaletras.blogspot.com
A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NA SOCIEDADE
Numa época de especialização, a literatura define os ideais de um período de crise e transição. Daí toda grande obra literária ser de um período de transição (veja-se a importância da mensagem de Dante, Dostoievski ou Kafka), pois é nesses períodos que se põe dramaticamente ao homem essa interrogação: qual o sentido de sua vida, qual a significação do mundo que o cerca? O médico, engenheiro, advogado, encarnam especializações necessárias ao exercício de suas atividades, mas tem em comum, um atributo, o de serem humanos e o de enfrentarem idênticos problemas numa sociedade em transição. Somos filhos de uma sociedade individualista e liberal e caminhamos para um outro tipo de sociedade planificada. Como se dará tal mudança? Quais os agentes desse processo? Não o sabemos. O que sabemos é que assistimos a um espetáculo de crise, de transição, onde os velhos quadros sociais desaparecem e os novos ainda não se estruturaram. A literatura é uma forma de resposta a essa interrogação. Ela, pelos escritos de Homero transmitia-nos uma mensagem corporificando um tipo de homem: o cavaleiro e o nobre; pela pena de Hesíodo, transmitia-nos uma ética do trabalho e sua dignificação como sentido da vida. Os escritos de Joyce, Kafka e Faulkner, constituem uma mensagem adequada aos tempos novos: as formas clássicas do romance estão fenecendo; cabe ao homem descobrir uma nova linguagem para exprimir novas experiências de uma nova vida. De todas as formas de arte a literatura é a mais próxima da vida e a mais sintética, pois reúne a arquitetura, quando no processo de composição do romance, a música, na estrutura melódica da frase, a pintura, no traçar o caráter dos personagens, a filosofia, ao definir seus ideais de vida. Daí sua importância para a cultura. Sendo ela acessível aos diferentes especialistas, poderá formular novas formas de ação ética e padrões morais. A transição do século XIX e XX foi assinalada, em primeiro lugar, pelos impressionistas, pelo naturalismo literário e posteriormente pelos teóricos de política, economia e filosofia. A literatura pertencendo a um dos campos assistemáticos do conhecimento tem esse poder. Pode auscultar as mudanças que se operam no mundo e pela imaginação de seus grandes nomes, definirem ao homem comum, novos caminhos. Se não conseguir formulá-los com nitidez, pelo menos servirá como testemunho de uma época. Cabe ao escritor viver plenamente sua época, pois só atinge a grandeza, aquele que sentiu seu próprio tempo. Este é o segredo da universalidade de um Goethe, Balzac ou Cervantes. Nessa tentativa de traçar, com lucidez os quadros do mundo, onde se desenrola o drama humano, num período de transição, é que a literatura deixará de ser o “sorriso da sociedade”, para ser testemunho de uma época, uma mensagem acessível a todos, que permitia ao homem independente de sua especialidade sentir-se junto ao seu semelhante, como “igual entre iguais”, cumprindo um sábio preceito chinês: Se as profissões diferenciam o homem, cabe à arte uni-lo em torno de ideais comuns. Isso ela pode fazê-lo, pois sua linguagem é universal e a condição humana idêntica em toda a face da terra.
POESIAS
RENOVAÇÃO MILENAR
Um debate com intelectuaisJogando abertamente as cartas
Sem espelhos nem analistasS
em vídeos nem parabólicas
Apenas um julgamento de intenções
Daqueles com pretensões governistas.
Que bom seria, todos debatendo juntos
Descobrindo as prioridades
Buscando saber qual é o meu desejo
Minha proposta e minha contribuição
Ignorando a propaganda e os palanques
Sentir de perto as dificuldades.
Cara, ou mesmo Nobre
ColegaAlugue os ouvidos dos eleitores
Com debates ao vivo e acessíveis
Procurando saber a opinião popular
Reuniões nos bairros e zona rural
Nas instituições não governamentais.
Onde os adversários não fossem inimigos
A ética a serviço da democracia
Respeitando o diferente,
Aprendendo a trabalhar com coerência
Ensinando a política aos mais novos
Para uma renovação milenar.
Trabalhar para os eleitores
Independente de votar ou não em você
Conseguir juntar os pobres para o banquete
Analisar, estudar e divulgar as propostas
Da população do campo e da periferia
No rumo certo do desenvolvimento.
Sabes tu, o voto do rico e do pobre
Equivalem-se dentro de uma urna
Talvez o fim da demagogia e vaidade
Fiquem um pouco ocultos
Agora, tanto o governista quanto o eleitor
Passam a ter responsabilidades quase iguais.
UM PAÍS LEVIANO
(O depoimento de um Brasileiro)
Imagine um Brasil Independente
Na Teoria e na Prática,
Livre do FMI, dos conchaves...
Imagine um Brasil Independente
Onde um mais um fosse dois
E não fosse apenas mais um
Na construção de uma pátria
Viver em um Brasil de paz
Ou sofrer pela nação.
Imagine um Brasil dia sete de setembro
Com hinos, músicas e discursos bem elaborados...
Imagine um Brasil de todo dia
Com os seus filhos em guerra civil
Um Programa Fome Zero, bem Zero.
Imagine você em um dia sete de setembro
Narrando todas as comemorações
Hasteando a Bandeira verde e amarelo
Para dizer que está tudo bem.
Imagine você narrando a história de cada um
Hasteando um prato vazio
Para entenderem que estás com fome.
Imagine um Brasil gastando milhões
Para as comemorações do dia sete de setembro;
Imagine um Brasil gastando milhões
Com propaganda dos Programas Sociais;
Saiba que destes milhões gastos
Não chega a tua mesa, nem mesmo os centavos.
Imagine O Dia da Independência
Onde cada olhar simbolizasse a paz
Cada sorriso anunciasse a alegria
Cada criança de barriga cheia
Fosse o elo da esperança
E cada homem e mulher com empregos
Fosse cada tijolo desta mudança.
Imagine eu o que iria falar se tudo fosse bem
Aposentaria a minha máquina de escrever
Não teria mais medo da violência
Nem da demagogia vendida e empregada
Em cada esquina, em cada coração.

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