sábado, 19 de junho de 2010

Uma semana atípica para todos os recifenses

Atípica para o recifense, a semana que passou foi daquelas mais temidas no período chuvoso. Em três dias, a quantidade de chuva foi semelhante à esperada em todo o mês de inverno. Uma concentração que provocou caos no trânsito, ruas alagadas e cortes de energia constantes, interferindo na rotina de moradores das regiões Norte, Sul e Oeste do Recife. A água que, historicamente, enche as vias e bloqueia a circulação de pedestres e motoristas entrou também nos edifícios de áreas nobres, deixando famílias ilhadas e impedindo o funcionamento de elevadores e interfones. O "socorro" também foi mais demorado pelo crescimento em cerca de 50% da demanda de empresas de assistência e da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). As áreas mais afetadas estavam próximas aos rios e mangues, como os bairros da Ilha do Retiro, Jaqueira e Casa Forte, além de Boa Viagem. Nessa área, a Rua Fernando Simões Barbosa chegou a ficar quase 24 horas sem energia, das 17h30 de quinta-feira passada às 14h30 de ontem. Segundo a Celpe, 31desligamentos do serviço foram registrados no Grande Recife, alguns sendo solicitados pelo Corpo de Bombeiros para permitir o resgate de pessoas em situações de perigo. A concessionária informou que o total de ocorrências superou em 50% o número de chamados considerado normal para o período chuvoso.        Na Avenida Beira Rio, na Ilha do Retiro, os fossos dos três elevadores do edifício Portal do Capibaribe, que tem 27 andares, foram invadidos por água desde a madrugada de ontem. Pela manhã, a moradora Isabela Neiva precisou descer e subir os 13 andares de escada para levar os dois filhos, Eduarda, 9 anos, e Stênio, 6, à escola. Ela contou que a descida foi uma festa. A subida, um pesadelo. "A sorte é que sexta-feira é o único dia em que eles não têm atividades à tarde e não precisaram sair novamente. Mas eu tinha um jantar à noite e fiquei preocupada", contou.                                                                                                                 O síndico Alberto Cardoso informou que, no fim da tarde, dois elevadores voltaram a funcionar. "Deixei um interditado por segurança, pois ainda tinha água", justificou, acrescentando que foi a primeira vez que os três foram interditados juntos e por tanto tempo. "Temos moradores que já fizeram cirurgias cardíacas e não podem descer de escada, ficaram ilhados. Choveu muito e o lençol freático é na superfície, mas é também um problema de impermeabilização", disse. Na Rua Ageu Magalhães, em Casa Forte, os moradores do Residencial Tigre, tentaram impedir a força da chuva com uma comporta instalada na garagem do subsolo.   A engenhoca obteve sucesso em manter a água longe dos carros e dos elevadores. Mas os moradores não conseguem entrar ou sair com os veículos quando a comporta está instalada. A psicóloga Telma Lacerda, que mora no edifício há três anos, contou que a medida foi aprovada depois que uma chuva invadiu a garagem, danificando carros e entrando no fosso do elevador. "Resolvemos o problema dos carros, mas basta uma chuvinha para a água ficar no joelho e ficarmos sem poder sair até para pegar um táxi", disse, acrescentando que ainda precisam lidar com a falta de compreensão de alguns moradores que são contra a comporta.                                                                                                                                                   O engenheiro elétrico Ricardo Pereira, gerente da Assistec Elevadores, informou que chamou equipes de plantão e mesmo assim não conseguiu dar conta dos atendimentos. "Eletricidade não combina com água e sempre que chove temos trabalho extra", disse. Demanda que deixou a moradora do Edifício Ilha de Santo Aleixo, na Jaqueira, Marcelle sem previsão de conserto do elevador. Ela contou que a pane foi iniciada por volta das 23h de quinta-feira passada, deixando um receio pelas próximas chuvas.
Fonte: Diario de Pernambuco.com

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