domingo, 8 de novembro de 2009

A HISTÓRIA DA LITERATURA BRASILEIRA-


 
 
 
CANTINHO LITERÁRIO
Por: Antonio dos Anjos
Presidente da Academia Afogadense de Letras  AAL
E-mail: violasony@ig.com.br
Blog da AAL: WWW.aaletras.blogspot.com
 
 
 
A HISTÓRIA DA LITERATURA BRASILEIRA- 1ª parte
LITERATURA DE INFORMAÇÃO
    A Literatura de Informação é um seguimento do Quinhentismo, que é a denominação das manifestações literárias ocorridas em território brasileiro durante o século XVI. Neste período, o Quinhentismo, se divide em duas. A primeira, literatura informativa, de caráter documental, sem valor literário, pois apresenta como objetivo informar sobre a nova terra, habitantes, costumes, e principalmente, riquezas que pudessem ser exploradas, tendo como exemplo as cartas de Pero Vaz de Caminha, com o olhar do estrangeiro, visão de mundo na ótica do outro, (seríamos, então, apenas “objeto” exótico). A segunda, a Literatura Jesuítica para catequizar os índios, como exemplo temos José de Anchieta com sua religiosa e poética e Padre Antônio Vieira com seus sermões, aplica a retórica jesuítica para trabalhar idéias e conceitos. Considera-se, porem que Antônio Vieira foi um dos fundadores da estilística lusófona, responsável pelas primeiras prosas poéticas, portanto de cunho artístico e literário, no Brasil. Era visto como fundador da língua portuguesa, junto com Camões, pelo poeta Fernando Pessoa.´
Foi dividida em três classes:
Prosa , Poesia  e Teatro
BARROCO
    O período Barroco, sucedeu o Renascimento, do final do século XVI ao final do século XVII, estendendo-se a todas as manifestações culturais e artísticas européias e latino-americanas. O poema épico Prosopopéia, de Bento Teixeira, publicado em 1601 é considerado o início do Barroco na Literatura Brasileira.
Principais autores: Gregório de Matos, Bento Teixeira, Padre Antonio Vieira
ARCADISMO
    Desenvolve-se no Brasil com o arcadismo a primeira produção literária adaptada à vida do país, já que os temas estão ligados à paisagem local. Surgem vários autores do gênero em Minas Gerais, centro de riqueza na época. Embora eles não cheguem a criar um grupo nos moldes das arcádias, constituem a primeira geração literária brasileira.
Autores: Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama, Frei Santa Rita Durão, Cláudio Manuel da Costa
ROMANTISMO
    A literatura romântica inicia-se oficialmente no Brasil em 1836 com a publicação na França da Nictheroy - revista brasiliense, por Gonçalves de Magalhães. Este lança no mesmo ano a obra Suspiros poéticos e saudades. O romantismo inicia-se no Brasil, portanto, já distante das primeiras experiências européias, em um momento em que o movimento começará a entrar em decadência neste continente.
Didaticamente divide-se a produção literária romântica brasileira em três gerações, que coincidem com as existentes em outros países:
1ª Geração: Indianista - o tema do bom selvagem (como é abordado o índio).
Autores: Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias
2ª Geração:
Também conhecida como Ultra-Romantismo. Mal do século, boemia e cheia de vícios. Seus escritores foram influenciados pelo escritor inglês Lord Byron.
Autores: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire
3ª Geração: Condoreira - preocupação social, já uma transição para o Realismo. Seus escritores foram muito influenciados pelo escritor francês Victor Hugo.
Autores: Castro Alves,Tobias Barreto.
    A prosa romântica brasileira é uma reprodução dos temas primordiais deste período: o indivíduo e a tradição. Assim como ocorrera no resto do mundo, o romance foi, a partir do Romantismo, um excelente índice dos interesses da sociedade culta e semiculta do Ocidente. No Brasil a obra A Moreninha (1844), de Joaquim Manuel de Macedo, é considerado o primeiro romance nacional, e inaugura o romantismo. Quem mais se destacaria nesse período é José de Alencar. O escritor trabalharia com os três tipos de ficção histórica dos românticos: passadista e colonial (O Guarani), a indianista (Iracema), a regionalista (O Gaúcho), além dos apaixonados e individualistas Cinco Minutos e A Viuvinha.
Principais autores: Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar, Bernardo Guimarães, a primeira fase de Machado de Assis
REALISMO
    A partir da extinção do tráfico negreiro, em 1850, acelera-se a decadência da economia açucareira no Brasil e o país experimenta sua primeira crise depois da Independência. O contexto social que daí se origina, aliado a leitura de mestres realistas europeus como Stendhal, Balzac, Dickens e Victor Hugo, propiciarão o surgimento do Realismo no Brasil. Assim, em 1881 Aluísio Azevedo publica "O Mulato" (primeiro romance naturalista brasileiro) e Machado de Assis publica "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (primeiro romance realista do Brasil). O realismo procura utilizar a palavra como força política, e através da descrição denuncia as desigualdades e desmandos de sua época.
Principais autores: Machado de Assis, Manuel Antônio de Almeida e visconde de launay.
NATURALISMO
    Como no Brasil os períodos literários chegam com algum atraso em relação a Europa, o Naturalismo desembarca no mesmo ano que o Realismo, ainda que seja uma evolução (ou seqüência) deste. No Naturalismo se salienta a hereditariedade, o determinismo, a influência dos ambientes e da educação, o fatalismo; sua relação com o Realismo são as propostas anti-romântica e antiidealista. A ótica naturalista capta de preferência a mediocridade da rotina, os sestros e mesmo as taras do indivíduo, uma opção contrária dos românticos.
Principais autores: Aluízio Azevedo, Raul Pompéia.
PARNASIANISMO E SIMBOLISMO
    A virada de século, do esgotamento do Naturalismo à Semana de arte moderna de 1922, conheceu o surgimento de duas correntes formalistas importantes que pregam a arte pela arte (em oposição ao Realismo), mas impõe regras formais rígidas (e nesse sentido serão superados pelo Realismo). Na prosa, essa corrente formalista e vernacular é representada por Rui Barbosa e Coelho Neto.
    Os dois movimentos formalistas importantes que chegam ao Brasil são o simbolismo e o parnasianismo. Simbolismo é um movimento literário surgido na França, na segunda metade do século XIX, como oposição ao Realismo, pois procurou combater a obsessão cientificista dos realistas, através da retomada do subjetivismo e do espiritualismo (banidos da literatura pelo objetivismo realista). No Brasil o marco simbolista é a obra Broquéis, de Cruz e Sousa. As idéias parnasianas, também francesas chegam pelas mãos dos escritores Artur de Oliveira (1851-1882) e Luís Guimarães Júnior (1845-1898). Em 1878, o parnasianismo é apresentado ao público carioca durante uma polêmica em versos, travada em jornais da cidade, conhecida como Batalha do Parnaso, na qual o romantismo é atacado e os novos valores exaltados.
Principais autores: Simbolistas: Cruz e Sousa, Alphonsus de Guimaraens; parnasianos: Olavo Bilac, Raimundo Correia, Vicente de Carvalho, Alberto de Oliveira, Francisca Júlia

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