domingo, 17 de outubro de 2010

INGAZEIRA É DESTAQUE NA IMPRENSA ESTADUAL

       Município de Ingazeira foi destaque narevista CIDADES distibuída pela AMUPE (Associação Municipalista de Pernambuco), uma equipe da revista veio até Ingazerira para conhecer o projeto do PAA no município e principalmente a Cozinha Comunitária da Ingazeira, a equipe ficou impressionada com a organização da Cozinha Comunitária no município e com o título”Em pleno serão, almoço a R$ 1,50” o repórter Sebastião Araújo falou sobre o sucesso que é a Cozinha Comunitária na Ingazeira, a seguir veja os principais trechos da Revista CIDADES:
       Criada pelo governo do município, a Cozinha Comunitária funciona como uma espécie de restaurante popular, cobrando pelo almoço apenas R$ 1,50.
       O projeto foi lançado em Ingazeira, através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA, do governo federal. O PAA tem por objetivo incentivar a agricultura familiar, compreendendo ações vinculadas à distribuição de produtos agropecuários para pessoas em situações de insegurança alimentar e à formação de estoques estratégicos.
       Aproximadamente 150 agricultores estão inseridos no programa. Eles comercializam parte da produção para a Cozinha Comunitária. Em geral, são fornecidos verduras, feijão, farinha, carne e queijo.
       Com essa produção e mais alguns outros itens é possível montar cardápio para cerca de 250 pessoas. Desse montante, 100 refeições são destinadas gratuitamente para cadastrados no Bolsa Família. A outra parte é fornecida à comunidade em geral ao preço de R$ 1,50. Essa taxa é revertida para a compra de produtos que não são comercializados pelos pequenos agricultores familiares, como óleo, arroz, macarrão e gás.
       O cardápio diário, elaborado por uma nutricionista, inclui feijão, arroz, dois tipos de carne, salada, suco e sobremesa. De segunda a sexta, o menu é bem variado. E, se você quer saber, a comida tem aquele gostinho caseiro, deliciosa. Sem contar que o ambiente é arrumado e limpo e o pessoal que serve as refeições é bastante atencioso.
       Não é à toa que a iniciativa deu certo, repercutiu na região e conseguiu atrair clientes até de outras cidade, que vêm à cidade principalmente a negócios. O sucesso do projeto pode ser medido pela reforma prevista para o espaço. A Cozinha Comunitária será ampliada e, conseqüentemente, o número de refeições dobrará. Com isso, aumenta-se o padrão de qualidade de vida do agricultor e promove-se o desenvolvimento sustentável nas áreas menos assistidas do meio rural, além, é claro, de abrir as portas da cidade para o progresso.

“Restaurante” caiu no gosto popular
       Pequena – com apenas 235 quilômetros quadrados- e uma população em torno de 4.500 habitantes, Ingazeira até um ano atrás não tinha restaurante. “Antes não havia lugar para almoçarmos. O jeito era recorrer ao lanche, à pipoca ou a frutas”, relembra o professor Aurélio Lopes, 23. Juntamente com a também professora Cinthia Carla Nascimento, 29, ele se desloca da vizinha Tabira para dar aulas em Ingazeira.
       Além do sabor da comida, os dois professores mencionam a vantagem do preço cobrado pela comida, considerado bastante acessível. Vinícius e Cinthia comentam também que têm indicado o serviço da Cozinha Comunitária a outros amigos.
       A coordenadora do PAA no município, Lidia Raquel Morais, 22, reconhece que o programa beneficiou não só os pequenos produtores rurais e suas famílias, mas também a população em geral. “Estamos na frente em termos de alimentação. Somos modelo, referência”, festeja.
       Elogios: Na cidade todos elogiam a iniciativa. Mesmo quem vem de fora se surpreende com o funcionamento da Cozinha Comunitária, abastecida pelos produtos oriundos do PAA. O funcionário público Doalcei Bueno, 37, trocou o almoço de casa pelo da Cozinha Comunitária. “Ganhamos no preço e na qualidade da comida”, ressalta. “Aliviou o orçamento doméstico.”
       O espaço representa também uma oportunidade de trabalho na cidade. A agricultora Catarina Kátia Freitas Veras, 34, trocou o trabalho na roça pelo preparos dos quitutes na Cozinha Comunitária. “Foi uma oportunidade de, pela primeira vez, ter um trabalho e, além disso, ainda poder ajudar a quem precisa”, argumenta.
       Moradora do bairro da Cohab, tido como de vulnerabilidade social, e integrante do programa Bolsa Família, a agricultora Rilda Maria da Silva Torres, 27, é uma das que se beneficiam gratuitamente com o almoço do “restaurante”. A comida abastece cinco pessoas da família de Rilda. “É uma benção de Deus. Onde nós poderíamos comer todo dia carne e verduras?”, questiona. O projeto é o que se pode chamar de sucesso de público e crítica.

Estrada abriu caminho para o desenvolvimento.
       A pavimentação da PE-320 deu nova vida a Ingazeira, no Sertão do Pajeú. Até bem pouco tempo, o universitário Marcelo Ribeiro de Souza, 20, percorria em uma hora o percurso entre sua terra natal, Ingazeira, e a vizinha Afogados da Ingazeira, onde cursa matemática. A estrada de areia batida, cheia de buraco, fazia o ônibus escolar sacolejar. “Na época do inverno era um sofrimento, porque não conseguíamos passar”, recorda o estudante. Agora Marcelo leva apenas meia hora cumprindo o mesmo trajeto. Os 18 quilômetros que separam as duas cidades foram asfaltados e a nova estrada, a PE-320, que já está sendo usada, será inaugurada até o fim do ano. “Ganhamos em tempo e conforto”, acentua o futuro matemático.
       Da estrada antiga, só lembranças ruins. “Teve um aluno meu que morreu na estrada por falta de socorro”, recorda a professora aposentada e catequista Maria Gidailda Gouveia de Morais, 66. “A falta de socorro e de comunicação era um problema terrível”, relembra. Quando o inverno era muito rigoroso, a cidade ficava isolada.
       A festa do padroeiro São José, em pleno período chuvoso, ficava completamente esvaziada. Agora as perspectivas são outras. A igreja já se prepara para fazer uma festa arrojada em 2011. “Vamos fazer uma festa muito bonita. A estrada trouxe vida nova para o nosso povo”, admite Maria Gidailda.
       A PE-320 está trazendo um novo ritmos para Ingazeira. Os terrenos à margem da rodovia tornaram-se mais valorizados e várias chácaras estão sendo construídas. O progresso aos poucos vai chegando. A cidade contava com duas farmácias pequenas. Uma grande está em construção. Até um pequeno restaurante do estilo self-service a cidade acaba de ganhar. E brevemente deve ser instalada a primeira pousada, em fase de projeto.
       As histórias sobre o tempo das dificuldade sem o asfalto ainda persistem na cabeça dos moradores. “Éramos esquecidos. Nem padre nem médico queriam vir pra cá”. Relembra a professora Maria Gidailda. Os donos de mercadinho também padeciam com a falta de mercadorias. “Éramos limitados. Agora temos mais opção de produtos”, comemora a comerciante Graça Medeiros, 42.
       Além da estrada, Ingazeira começa a receber outros benefícios. Estão previstas as obras de construção da Academia da Cidade, do Centro de Atividade Econômica, que funcionará como uma espécie de pátio de feiras e eventos, uma quadra poliesportiva no Loteamento Miguel Arraes e 30 casas populares.
Fonte: Revista CIDADES julho/agosto 2010

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